segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Um livro - Berlim.


Eis um livro que eu tive a sorte de encontrar este fim de semana numa feira de livros usados em Lisboa, pois é uma obra muito útil e interessante para se compreender o período 1919-1933, essencial para tudo o aconteceu depois no século XX, e poder conhecer com mais rigor a vida e os hábitos da população Berlinense numa época em que Berlim era uma cidade extravagante, tendo contribuido muito para a cultura, a ciência e a política mundial do século passado.
Penso que é um livro especial para quem gosta de história, política, cultura, e já agora, para quem gosta de Berlim. (edições terramar)

DAQUILO PARA O QUAL

Senti vontade de escrever, como na maioria das vezes acontece, mas algo parece que falta! Falta-me sempre alguma coisa entre os princípios substanciais, as formas da existência por dimensões que ficam por sintetizar.
As evidências são sempre objecto de reflexão, a expressão dinâmica gera um movimento especial onde o indizível se executa. Desfazem-se posturas, criam-se outras e a obscuridade da existência é uma postura.
Momento sintético que vislumbra outra condição, esta medida densa do pulsar existencial onde tomo de ti uma hipótese! Projecto-me numa tensão rumo ao infinito, uma busca incessante, apesar de ter encontrado aquilo que me parece razoável, pelas mais diversas vertentes, comungando assim do sentimento universal. Resta apenas este lugar onde tudo incide apesar das formas estranhas de abordagem, dos modos como a consciência concebe o que se lança… começo aqui a interioridade do irreflectido, em viagem ao absoluto daquilo para o qual não tens palavras.

Castro Marim, 26 de Janeiro de 2009 – 14:03h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Derivas de Fevereiro - 27 e 28 de Fev. - Biblioteca Almeida Garrett


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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

EM PROCESSAMENTO

Em processamento...
Ficou aquela palavra
As outras que não escrevi
Os agradecimentos que esqueci
Em processamento ficou sim
Tudo o que pensei e não vivi.

Tavira, 22 de Janeiro de 2009 - 22:15h
Jorge Ferro Rosa in Caderno da Alma

Paredes infinitas

À noite deitava-se sempre de barriga para baixo. Tinha as paredes do quarto pintadas com cores dadas por alguém. Um poster atrás da porta que ninguém deu, poucos viram e muitos procuravam. No chão coisas apoiadas em pernas ou também deitadas de barriga para baixo. No tecto a certeza que tudo aquilo era visivel mesmo sem a luz do Sol. E tantas coisas a preencher o resto. Tantas coisas dela, que desistiu da ideia de comprar prateleiras ou armários. E não foi por recear não haverem suficientes, foi porque não queria que aquelas coisas ganhassem pó. Aquelas tantas coisas que quando de noite se deitava de barriga para baixo, voavam pela janela e ajudavam a esticar os sonhos até ao dia seguinte. Até ao momento em que lhe chegava outra cor para pintar mais um pedaço de parede.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Algumas coisas













Fio assimétrico



Olho no olho

Olho na tela

Que não revela

A intensidade

Na integridade

De suposta interação

Escorrega por cabos

Mouses

Teclas viciadas

Atadas

Em qualquer persona

Frágil construção.


By Casti


Imagem: jornaldabatalha

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A Naifa - Todo o Amor do Mundo - ao vivo




Paz eterna à alma do Grande e Eterno Génio Aguardela!

Deixo-vos este link para algo que escrevi em Novembro do ano passado e que inclui uma crónica com um concerto d'A Naifa em 19-04-2008, o meu último antes de sair de Portugal, para onde talvez não volte a ir viver...


A reinvenção da música tradicional portuguesa - Manuel Marques


...se quiserem deixar lá um comentário que seja...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Os mortos

Não há mortos que morram tanto como os nossos.
Se um daqueles que nos pertence morre sete
ou setenta vezes no coração,
de quem apenas ouvimos falar morre uma vez, na sua data,
e os que sempre viveram longe
morrem-nos metade ou um oitavo. E metadede
uma morte é quase nada, são casas
decimais no sofrimento. (Que digo? Milésimas, milésimas!)


(Gonçalo M. Tavares, in "1"/ Relógio D'Água Editores)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Luminescências

eruptio
tecidos, linhas de algodão e acrílico sobre tela
160x160 cm
2008

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A dureza a sair do soldado



O soldado estava deitado no chão. Baleado numa perna, cheio de arranhões no corpo, com a cara a arder de sede, de fome e de dor, só conseguia pedir ajuda a um céu habitado por mortos. Por mais vontade que o cérebro tivesse de ir para casa, o corpo não se movia. E a morte começava a aproximar-se. A palidez, o raciocínio a transferir-se do real para o sonho, a história de dois decénios em retrospectiva, o cheiro do perfume da mulher no nariz a fazer cair uma lágrima do olho para a face surrada. Começa-se a pensar no fim e, de repente, aparece uma voz que sussurra: «Torna-te duro, sobrevive, morde a mão mas não te deixes levar pelos demónios. Pensa na resistência: resiste, resiste, volta para junto de quem te pertence.»

Oficina de Introdução ao Teatro


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Mais infos no blogue do TEatroensaio

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lançamento



No próximo dia 7 de Fevereiro, na Amadora, vai ser o lançamento do livro da escritora Vera Sousa Silva, "amar-te em silêncio", com a chancela da Edium Editores.


"amar-te em silêncio", um livro de poesia de Vera Sousa Silva, construído por desejos e sonhos com sabores intensos, que nos transportam para um universo sentimental. Uma configuração de estados de um quotidiano na versão de uma mulher personificada e que aqui se expõe pelos actos, representados na poesia, e partilhados pela autora. Bons momentos para uma reflexão ou para uma apreciação natural, através de uma excelente leitura.

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Podemos sentir cada mensagem intimamente, numa excelente escrita, num mesclado de momentos reais e outros imaginados, que prendem pela curiosidade e pela emoção que cada leitura cria.

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Junto envio-vos uma pequena biografia da autora.Em breve darei mais informações acerca da hora e do local deste evento.Compareçam e divulguem! BiografiaVera Sousa Silva nasceu em Lisboa, a 27 de Janeiro de 1974, residindo na Amadora, desde essa data, onde casou e foi mãe.

A poesia está presente na sua vida desde a infância. É, no entanto, uma escritora versátil, porque, embora escreva muito bem em poesia, consegue abranger outros géneros literários com a mesma intensidade e beleza. A sua escrita poética é bastante intimista com um traço tónico definido no amor. Prefere o estilo livre, mas tem também diversos poemas com rima e métrica, como por exemplo sonetos.

Escreve, com assiduidade no seu blog http://prosas-e-versos.blogspot.com/ e é ainda membro do site de poesia http://www.luso-poemas.net/ onde já desempenhou a função de Administradora. Também publica no site http://www.escritartes.com.

Em Fevereiro de 2007 lançou o seu primeiro livro de poesia "Pétalas Soltas" pela Corpos Editora, e, no final do mesmo ano, participou na antologia de poesia do site www.luso-poemas.net. Já em 2008 participou na Antologia de Prosa e Poesia do Luso-poemas, desta feita com prosas.

Ainda no Luso-poemas, participou em diversos concursos, tendo vencido em Dezembro de 2006 o Concurso Poema de Natal e, em Junho de 2008, o Concurso do Vinho, ambos na vertente de poesia, o que, desde 2006, lhe valeu o direito a condição de Membro de Honra daquele famoso site de poesia.

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Magda Ferreira Luna Pais

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O acordo ortográfico é um acordo político

será a arte objecto de unificação???









Facto: afecta 16% da ortografia portuguesa de Portugal.

Fato: afeta 0,45% da ortografia portuguesa do Brasil.

Factor negro: ??? Em África ninguém vota nunca na matéria, têm guerras, morrem à fome e por isso muda-se e ninguém se queixa... é triste mas é assim...

Aproveito este tema que me revolve o estômago muito mais do que os compostos químicos que põem na comida.

É um facto que os tempos evoluem e que na língua de cada povo há que acompanhar essa evolução, quanto a isso nada tenho contra, nem contra a inclusão do k, w e y (quase que dava kiwi mas não chegamos lá...) e das palavras que se falam todos os dias por influência dos meios de comunicação, da arte, seja do que for (todos somos influenciados ninguém o poderá negar).

Quanto aos acentos talvez se chegássemos a um consenso se pudessem banir alguns (assim como se podia banir algumas das sumidades que propuseram esta reforma).

Porém a coisa terminaria por aí, sobretudo essa alarvidade que é acabar com o hífen em tantas palavras.

Não me lembro de um ataque tão cerrado a uma língua que tende mais a morrer que a ser revitalizada, porque a cada reforma se vão perdendo referências, se vai empobrecendo uma língua com intuitos comerciais.

Lamento profundamente esta aproximação do idioma. Cada povo tem a sua cultura e a unificação não vai trazer benefícios senão às editoras que venderão novos dicionários em papel ou electrónicos (talvez nem a elas porque terão que ser retirados milhões de livros que servirão para a fogueira e sabendo da predisposição incendiária de alguns portugueses e alguns brasileiros diria que é um festim) e sobretudo aos dos costume, sim os políticos e os seus amigos de sempre, os empresários, os mais ricos do mundo e afins. A esses sim decerto que vai trazer todas as vantagens.

Não vejo aqui africanos, seria interessante ver a opinião de um qualquer africano daqueles que ainda falam português (aí decerto que lhes fará mais falta um mero pão para lhe matar a fome, mas isso é tema de outras esferas, que os seus governantes corruptos se encarregarão de silenciar com a tortura, a morte ou qualquer coisa se se queixarem). Mas qualquer dia pergunto a algum amigo meu de Angola ou Moçambique, decerto que torcerão o nariz a muitas das barbaridades cometidas contra os vários tipos de português e a sua aproximação.

Imaginem apenas um acordo ortográfico entre Inglaterra, Austrália e Estados unidos... estão a ver a unificação? É um pouco como ir a Espanha e falar em unificação das várias línguas (que se ofendem se lhes chamem dialectos), castellano, català, gallego, euskera... talvez se arrisquem a algo mau, porque essas comunidades defendem a sua cultura e o espanhol é uma obrigação na sua cultura, mas quem fala português é, por natureza, submisso (Fernando Pessoa e Camões ou mesmo Vinicius de Moraes ou ainda Mia Couto que me perdoem).

Já agora talvez queiram um acordo ortográfico com a Espanha (são tantos a falar espanhol, quem sabe qualquer dia têm a ideia) e se acabe com o til (usado apenas pela língua portuguesa em cima de vogais) e o h porque tamaño desperdício de letras e acentos confunde a juventude que tem mais em que pensar... pensar em nada muitas vezes... e depois o que querem? Gente culta? Aparece sempre, mas há cada vez menos...

O português aproxima-se da língua mais básica que há ao cimo da Terra, sim o inglês. Apenas e só negócios. Mas vivemos numa sociedade de capitalistas selvagens, damos-lhes o nosso voto e por isso caluda, há que aceitar as regras sem queixumes de espécie alguma. Em nome do lucro, em nome de assentos na ONU, em nome do servilismo (podem chamar-me de comunista que sempre gostei do vermelho, antes isso que calado)

Já agora e sendo radical porque não fazer renascer o latim. Vai tudo para a escola e o latim passa a ser a língua mais falada no mundo? Não é de lá que vem a origem de tudo? Talvez com uma reformazita a coisa passasse a funcionar. Mas é difícil, obriga a pensar e não há tempo para pensar.

Voltando ao português. Cada povo tem as suas idiossincrasias e a cada período de tempo há mudanças, por vezes radicais, isso convoca a necessidade de uma mudança. Agora tornar a língua escrita mais parecida com a falada é estupidificar quem ainda não a aprendeu, ou seja os nossos descendentes, filhos ou netos ou vindouros que ainda não passaram de projecto.

É um facto que desde sempre escrevi faCto ou aCção assim, assim como no Brasil, em Angola, Moçambique, etc se adoptou outra forma de escrever, porque há diferenças, e são essas diferenças que tornam tudo mais delicioso, mais estimulante. Esta é uma pseudo-unificação. Apenas e só negócios. Crie-se então o português empresarial.


Com o tempo sou capaz de vir a adaptar-me aos acentos porque escrevo no PC, de resto passarei a escrever em português antigo, aquele que acabou em 31-12-2008.

Ficou uma miríade de coisas por dizer, porque este tema tem um sem número de sub-temas a abordar e só mesmo a indiferença, a apatia e a miséria cultural (e não só) dos povos é que permite coisas destas se tornarem regra. Mas nós, poetas, escritores temos o dever de nos insurgirmos pela defesa da nossa cultura, de manifestarmos a nossa liberdade perante essa escumalha que manda, seja de que lado de que Oceano for!

Ao contrário do que se possa dizer vale a pena espernear, porque quem nos faz de estúpidos quer sempre silenciar-nos. Valerá a pena lembrar que só quem se dedica às letras é que se chateia com essas coisas e que os governos cada vez menos se preocupam com a cultura... é pouco rentável!

E será preciso lembrar que Fernando Pessoa preconizava que 'A minha pátria é a língua portuguesa' ? Talvez seja melhor mudar-lhe o nome...


Manuel António Marques (se calhar já não se escreve assim em Portugal...).

A versão abrasileirada que vos convido a visitar também:

Jornalismo Político


Restarão opções ou a acção termina por aqui?

domingo, 4 de janeiro de 2009

BALADA



Vinil rotativo, antigo, canção de fumaça,

Couraça desmonta, embalado coração,

Vitrola roda meu amor em letra e música!

Lembro tanto de você, mesmo sem querer,

“Vento de maio” é orvalho na flor furta-cor,

Teus caminhos sem passos fisgaram meus pés...