Não há mortos que morram tanto como os nossos.
Se um daqueles que nos pertence morre sete
ou setenta vezes no coração,
de quem apenas ouvimos falar morre uma vez, na sua data,
e os que sempre viveram longe
morrem-nos metade ou um oitavo. E metadede
uma morte é quase nada, são casas
decimais no sofrimento. (Que digo? Milésimas, milésimas!)
(Gonçalo M. Tavares, in "1"/ Relógio D'Água Editores)
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Os mortos
Colocado aqui mui gentilmente por Liliana Jasmim à(s) 03:41
Etiquetas: autores língua portuguesa, Gonçalo M. Tavares, poesia
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1 Comment:
Aprazível de ler este poema.
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