segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Gostava de encontrar um lugar para ti
neste meu armario de absurdidades,
viver como um pato vive,
flutuar em marès feitas de aperitivos,
descalçar-me e escrever sobre a relva
e as tuas pernas,
olhar-me ao espelho numa poça qualquer
e lidar com a solidao
como uma estàtua lida com uma comichao,
ser bòia,
sem precisar de olhar para ninguem que passa na rua.

Gostava de encontrar um lugar para mim
nessa tua gaveta de reflexao descontraida,
guiando mundos com a ponta da ìris
no palco dos dentes
com deuses a fazer de clientes,
na mira da fisga da curiosidade
o barco bate asas
e adormece no chao
despido
durante a tarde
com as portas e as janelas todas abertas
para fazer corrente de lar,
como uma conversa que começou
como a imprevisibilidade de tropeçar
numa avioneta subterranea,
um citrino, um lìrio.

Gostava de construir algo imortal sobre nòs,
ilegìvel, intocàvel, inviolàvel,
numa cidade de reflexos
feita sò de corpos sem interesse
que deslizem pela musica do seu cerebro,
sem nunca pensarem,
sem jamais se compararem;
uns
entre
todos.

2010
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sábado, 4 de setembro de 2010

O TEU SORRISO PARECIA FECHADO

O teu sorriso parecia fechado…
A verdade esculpida, silenciosa
Todas as palavras perdiam-se no nada
O olhar, fundo, desfocado…
Levou-me para uma mensagem agrilhoada.

Jorge Ferro Rosa
Escrito no Centro Comercial, Grand Plaza
Tavira, 04 de Setembro de 2010 – 11:03h
PS. Dedicado à minha grande amiga Isabel Carmo, com a amizade eterna.

PS2 – Após escrever esta estrofe, soube que a Isabel Carmo partiu às 11:00h. Fiquei sem palavras, contudo, algo parece que foi comunicado (primeiro toque – inspiração). Que a sua alma descanse em paz, circula no espaço à velocidade do pensamento, em luz, livre, desprendida de toda a matéria, do resto nada mais sei. Até breve Isabel! Somos eternamente… 13:32h
Jorge Ferro Rosa