Foto de Jorge Ferro Rosa
Perdi-me nos trabalhos que perderam o nome, entre as memórias sem relevo! O teu nome conduz-me para a saudade perdida, para a feição das cores e dos silêncios distribuídos; não esquecerei da tua vontade, ainda que perdida… todas as rupturas são uma promessa que se desfaz. O sorriso da tarde antiga ficou aberto enquanto voltei aos modelos que não me satisfazem. Do que ficou disponível pouco me satisfaz… nunca entenderás a minha postura, o fulgor perde-se entre as entranhas do espírito, as vozes consomem a remediação dos dias que se questionam… são tantos, a soma é bem elevada.
Os desejos exibem a margem da realidade, tecendo as sensações, as memórias de instrução, em parágrafos sem medida. A verdadeira sensação aprisiona temporariamente, entre os prefácios do livro que ficou por escrever e a vontade retalhada dos dias de ninguém!
Ofereces-me a tua postura, as tuas palavras, cada uma sustenta uma nova dimensão no terreno da palavra. As tuas palavras acontecem sempre no momento certo, com o intuito de equilibrar o esquecimento, a doçura dos dias azedos. Tomo a tua graça na satisfação desmesurada pelos prolongamentos da tarde.
Representas a força do olhar, a saída dos tempos distantes, entre o dilema do fascínio e a compensação possível. Este traço fica inacabado entre os roteiros que conservaste, alguns bem dentro de mim, esses que nunca foram visíveis! Não te deites a adivinhar daquilo que não te disse, toma apenas o regresso sem futuro, uma vez que as palpitações são como o sangue, também alimentam. O imaginário é tão atrevido que não te deixa em paz… depois da morte da mãe, terminaram os estados de urgência e as obrigações familiares. Não me preocupo mais com as tuas posturas, depois toda a vontade em procurar-te tornou-se nula! É assim, o que conta é o que está na minha sintonia e muitos dos assuntos foram arrumados. Os nossos objectivos são divergentes, a tua postura conduziu-me para o desinteresse total de ti! Entendo que tenhas percebido isso desde aquele dia considerado… não sinto mais vontade em falar contigo. Chega de falsas representações, eu sou na minha forma de ser, não me interessando das tuas interpretações a meu respeito. És livre… agora é tarde demais, apenas fui tomado pela apatia… da minha vida não tenho que te dar satisfação alguma porque de enrolos cansei mesmo.
O tempo da inocência já se foi, faz tempo! A tarde toma-me entre pessoas de café, papeis distribuídos, mensagens de nova composição, talvez de difícil apreensão… estou entre os atalhos do efémero.
Aveiro, 19 de Dezembro de 2007 – 16:30h
Jorge Ferro Rosa
Escrito no café “Despertar Sensações”. In, Caderno da Alma
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
APREENSÃO DO EFÉMERO
Colocado aqui mui gentilmente por jorgeferrorosa à(s) 23:11
Etiquetas: Jorge Ferro Rosa, prosa poética
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1 Comment:
Despertar Sensações!!! que grande treta de bar.
Passei por lá quando estive em Aveiro ... ambiente e serviço muito, mas mesmo muito maus.
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