não tenho uma caneta para mandar ao ar, e o meu lápis é o de sempre. por isso, não voa, mas cai sobre o papel.
não tenho clientes e o meu corpo não tem que se esforçar. não posso ir apanhar conchinhas na praia, porque sei que continuas aí, mas a minha íris capta os últimos raios do sol de hoje no horizonte de sempre. penetram por entre as nuvens e mergulham no mar sereno.
vejo toda a baía .
apetecia-me fotografar-te neste entardecer.
apetecia-me sorrir para a tua objectiva quando a máquina passasse para as tuas mãos.
apetecia-me esta aventura.
apeteciam-me: gaivotas, e a LIBERDADE delas. (Ser como um desejo/Ser herói de um beijo/Sobre a cidade/Viver numa estrela/E sem dar por ela/Gritar: LiBeRdAdE!!!)
O lápis chama por mim e foi isto que quis (ele) escrever, porque o texto faz-se como ele quer.
Imagino a tua cara. Esse teu sorriso envergonhado...
apetecias-me tu!
Já foste comprar o meu livro?
não tenho uma caneta para mandar ao ar, e o meu lápis é o de sempre. por isso, não voa, mas cai sobre o papel.
antes de vir o breu vejo ainda uns rasgos de vermelho no céu.
ouço as ondas a rebentar. ouço ainda um avião por cima dos raios que penetram por entre as nuvens e mergulham no mar sereno. É mesmo bom voar?
Em que céus já voaste? E em que terras estiveste?
As luzes começam a acender-se no cais.
e hoje cais na minha folha de papel. E hoje és o meu lápis.
apetece-me a tua mão na minha barriga.
apetece-me a tua mão no meu pescoço.
apeteces-me: tu
apetecem-me os teus lábios
E apetece-me escrever tudo isto!
1 Comment:
Achei este texto suavemente especial. Gostei da forma como expões as tuas ideias, frontal e clara, porém dotada de sensibilidade.
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