sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

NO TEMPO APROPRIADO

A palavra recorta o tempo do olhar global, conjugando as secções dos equilíbrios atómicos, redimindo o meu desejo, transportando-me a um outro patamar onde vomitarei os meus sentimentos no papel antigo, como se isso pudesse resolver o meu vazio.
O dia do antigamente guardou pedaços de ti no bilhete de uma memória imortal entre os gigas de informação ao fluxo da corrente sanguínea. Gravo-te no DVD do meu coração e fazes a história da minha vida, sem que possas imaginar o quanto gosto de ti!
Missões, viagens ao planeta vermelho, na reconstituição ao ADN da alma, equacionando os momentos da física perdida.
Chegam as tecnologias e divulgas o amor… dentro do iPad, algo incontornável e o sonho ascende a uma nova dimensão. Sempre pensei em ti, de um modo diferente e navego pelos prazeres urbanos, invento nomes, mas não deixo de dizer-te o que sinto! Escrevo-te e aceitas sem saber que sou eu; transformo-me assim de um modo que te ultrapassa.
Todos os dias novas experiências… sensores da percepção. A nova era é inaugurada todos os dias, entre os prazeres da ocasião! O desejo atómico conduz-me para uma outra perspectiva, nas estradas da condução do amor. Esse sorriso da alegria funde-nos pela cumplicidade… alinho-te entre os felinos e o silêncio das aves, numa cristalografia espirituosa, ainda que me tenhas bloqueado no facebook e noutras redes sociais! Sei que estás lá… sei isso.
A vida íntima das palavras guarda-nos para sempre, na nossa galáxia tão diferente, à aspiração de uma nova via láctea. Pensamentos não-lineares sobrepõem-se, posicionam ritmos alucinantes, depois de uma micro pausa, ainda que estridente para o orgasmo dos sentidos intocáveis, ao teu (meu) sabor… passo ao silêncio e deixo que o corpo responda no tempo apropriado.

Porto, 02 de Janeiro de 2011 – 17:33h
Jorge Ferro Rosa
Escrito no café “A Barcarola”

1 Comment:

Carla Veríssimo said...

Jorge, MB (Muito Bom!), Gostei do Texto!
Continuação de bons Cafés ;)