No laço que o meu peito dá enlevo deixo-te a palavra que guarnece a felicidade, outras ficam por dizer, de todas, a maior é a amizade, aquela enorme, a totalidade que faz do fim o princípio do viver. Amizade, é a semente que deixo para que no teu coração possa crescer.
Olhão, 29 de Novembro de 2008 – 17:55h
Escrito no Clube da Simpatia
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma
sábado, 29 de novembro de 2008
A PALAVRA QUE GUARNECE
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Etiquetas: Jorge Ferro Rosa, prosa poética
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
DESEMBARQUE
The Dream, Henri Rousseau, 1910
Ramos de azevinho colhidos para mim
trazem os confins ao quintal dos olhos,
As constantes idas nos tapetes da estrada
dão botões de flores no jardim do mundo,
Viagens longas só dizem noites solitárias
se do leito os espaços migram ao peito,
No retorno de alguém que sempre esteve
o abraço faz tudo pertinho no esperar!
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Etiquetas: poesia - betina moraes
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Unhas de lobisomem
Diane Arbus, Albino Sword Swallower and Her Sister (1970)
A vida, ou o tempo que a vai compondo, esgota-se de forma rápida. A criança que passava os dias a iludir-se com promessas de futuro perdeu os sonhos. A velha morreu. A casa explodiu. Novas raparigas brincam no local onde uma pequena rapariga adorava brincar. Os tijolos partem-se com a passagem da máquina de aço. À contagem dos segundos se associa a degradação da carne. O bebé ainda agora acordou e já começa a sua peregrinação para o caixão. Tudo acontece de maneira a que a criatura não chegue a tomar verdadeiro contacto com os elementos mundanos. A pela da face era mais lisa do que uma folha de papel. A menina superiorizava-se em beleza às mais perfeitas princesas. Mas há o tempo: a pele engelha-se à volta das pálpebras, os dentes apodrecem, o sexo falece. A língua do velho deixa de apreciar as pernas (com varizes) da mulher. A vida passa. Quanto mais se olha para trás, mais estrada se percorre e mais sola de sapato se gasta.
Eis um exemplo de como a vida é curta: o cão sai do ventre da mãe e logo é afogado na banheira pela mão de um outro animal.
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domingo, 16 de novembro de 2008
Um poema de Pablo Neruda: saudade
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Etiquetas: autores estrangeiros, poesia
sábado, 15 de novembro de 2008
LÓGICA DE VÔO
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008
O caminho da voz
também por aqui e aqui
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008
dois poemas de barack obama escritos em 1981
Poemas de Barack Obama em português na Casa dos Poetas traduzidos por mim.
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Etiquetas: poema, poemas, poesia, Tiago Nené
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
#028-2
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Etiquetas: artes plásticas, pintura
sábado, 8 de novembro de 2008
O soldado a voltar para casa
A felicidade existe, embora nunca se lhe toque. Ou está num futuro sonhado ou num passado sem retorno. Às vezes, dá-se o caso de duas pessoas se encontrarem juntas, sentirem-se deprimidas e, só após um final, se aperceberem de que eram feitas uma para a outra. Infelizmente, o amor não é como o desporto. Depois das palavras feias terem sido derramadas, do murro ter sido desferido, não se pede desculpa. Vai-se embora para sempre. Mas há o presente, sim, palavra importante. O presente é quase como a felicidade: existe em função de um passado ou de um presente. Tudo isto para quê? Para dizer que em dia X do ano Y, uma mulher foi-se embora do quotidiano de um homem, tendo-o deixado a pensar no que poderia ter feito para que tudo tivesse corrido de outra maneira.
Um dia, sentado num banco de jardim, vês uma mulher, apaixonas-te, dizes-lhe: «Olá, queres casar comigo?» E se não disseres isto dirás qualquer outra coisa patética e corarás tanto que te apetecerá fugir. E ela responde-te que sim, que se quer casar. Dás-lhe a mão. Quando se procuram sentimentos, o gesto de dar a mão é muito importante. Sentir o cheiro, olhar para as flores (ou imaginá-las). Tudo da maior relevância.
O maior solitário é aquele que vive com fantasmas.
Ela está à mão de semear e decides dar-lhe o teu melhor beijo. Quando vais para descolar os teus lábios dos dela, eles não saem, por conseguinte, a inocência vê-se obrigada a eternizar aquele momento. A boca na boca, os braços no braço, o umbigo no umbigo, os pés que pisam os pés, a dor boa. Tu a pensares que queres morrer ali, naquele lugar, naquele momento, já que não há mais nada para aprender.
Eis uma ausência de presente: ainda hoje, após tantas batalhas perdidas, o soldado deseja voltar para casa.
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Etiquetas: exercícios
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
"LEITURA NO PURGATÓRIO" DIA 19
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quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Algumas coisas
Afaga a tecla
Se o fato for
Por falta
Do ato arcaico
Encontro
Delicioso e confuso
Confronto
“Mouseia”
Anatômico artefato
Criador
De frágil verdade
Atrofiando
Possibilidade única
De tocar-te.
(Fio assimétrico)
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domingo, 2 de novembro de 2008
URGE
Anne-Julie Aubry
O paladar recolhido no heliotrópio,Quem o sentiu?
Dentro da anêmona há uma alma,
Você a viu?
Pássaros que vão para o sul ou norte,
Alguém os chamou?
Então vamos! Não há tempo para tanto
E ainda sei tão pouco...
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