Publicado em: Alguns Anos Depois
Fala, diz, conversa, cala, consente, sente, pára, e fica tudo igual mas ao mesmo tempo está tudo bastante diferente.
Seca, murcha, dói, sente, pára, e não levanta para o sol, não caminha para a luz, senta e pensa no que lhe seduz, se ainda resta, se ainda sobra.
Grita, chora, briga, sente, pára, e volta tudo ao normal vindo do nada, não se ouve, nunca se ouve, por isso se fala tão alto, não se sente, por isso chora, nada muda, por isso briga.
Caí, tropeça, rebola, deita, levanta, sente, pára, e volta a fazer o mesmo, a magoar da mesma maneira, pois quando se tropeça ainda podemos sentar para curar a ferida e aí pensar, se rebolamos podemos acabar por ir parar a outro lado.
Agarra, puxa, solta, sente, pára, e parece que está sempre a fugir, ou então nunca esteve realmente agarrado, está por estar, não importa como está, não se pode estar sempre a fingir.
Foge, corre, volta, parte, regressa, sente, pára, e quando percebemos o que existe não era suposto, o que está lá não era para estar e o que fizemos talvez tenha sido um erro, precipitação misturada com paixão e agora confusão misturada com desilusão.
Inspira, respira, dorme, acorda, come, sente, pára…
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