Acordado pela cruel chuva que não cessa de cair
olho e vejo teu amoroso glóbulo acastanhado,
da estéril cor do mel,
exalando entranhado perfume
tão doce, tão eterno, tão querido.
Circunscritos, sem tormentos, lado a lado,
bem agarrados no primeiro vão de escada
já chega de dor meu anjo adorado
neste casulo deixamos de sentir,
vendo a vida do exterior
inconscientes ao vento húmido e frio
que sopra sinistro mas longínquo...
Tua mão ao de leve toca-me
bem no fundo do meu descuidado coração,
canta o Outono
coram as estrelas na sua imensidão,
com contentes carícias nos teus braços,
deixo-me ser amado...
Ouve-me,
ouve-me devagar
meu frágil anjo estelar,
sem ruídos de fundo
para mais noites calmas
sem sangue nem vísceras.
Vem,
vem passear comigo até às ilegíveis constelações,
vem passo a passo
nesta sóbria demência
vamos partir corações
para a terra onde ursos polares vagueiam...
(o autor pisca o olho à lua).
Repara nos lábios magoados,
sua cor levemente constrangida,
lá se vão as aragens perdidas...
Que gelada troca de saliva, sabem absinto,
vãs veias relaxam neste incómodo silêncio
enquanto a gasolina perde saliência e
o medo que retorcia o estomâgo
desaparece progressivamente...
2001
in foto-síntese
domingo, 6 de julho de 2008
arrepios
Colocado aqui mui gentilmente por mAmAdA_mAn à(s) 23:43
Etiquetas: www.movimento-xexe.blogspot.com
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1 Comment:
amei a foto. crueldade e ternura!!!!!! Arrebatadora
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