sexta-feira, 20 de junho de 2008

O inteligente

Não existiam provas palpáveis da inteligência de Adam, no entanto, ela existia e tinha muita força. Quem olhasse para o homem, diria: «Não prestas, não sabes fazer nada, és um mentecapto, um calão, um parasita.» A inteligência dele assemelhava-se deveras a certos sentimentos que, apesar de terem muito impacto, não se vêem.

Por vezes, a olhar para uma mulher que o deixava louco de desejo, Adam pensava: «Se esta mulher me atrai tanto, se daria uma costela para a beijar, para abraçá-la, por que motivo aquilo que não digo não se torna mais forte do que tudo aquilo que é vaidade?

Certos homens são muito inteligentes quando ninguém lhes pergunta nada, quando estão adormecidos dentro do seu cérebro. Têm uma lógica semelhante à da saudade: quando estão presentes, deixam de funcionar.

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