sexta-feira, 2 de maio de 2008

NO ACRÉSCIMO DAS CONTRACÇÕES

O mundo parece cada vez mais desconcertante, trocam-se fluxos materiais, num pulsar intenso de energias. O universo encontra-se numa contracção constante, tomado por êmbolos invisíveis, grandezas que ultrapassam as expectativas do impulso sensível. De equilíbrios e desequilíbrios forma-se o jogo! A vida é o jogo de acção e comunicação de fenómenos, situações menos habituais mas evidentes nos seus estranhos comportamentos. A ânsia é pelo equilíbrio, aquele que na hora do silêncio te falei.
Processos somam-se a processos… a instabilidade implica sistemas, probabilidades no acompanhamento de simetria. A energia agita-se no grande complexo, este que sendo meu também é teu. Criam-se necessidades, vertentes crepusculares na ordem dos enlaces da noite. O potencial do ser está em tensão e a aventura do conhecimento cria condições exigentes, somas de vida mesmo no insignificante, interacções megalómanas de extensão! Invasão de hierarquias… crenças nos deuses de faz-de-conta, o inapropriado que se consola com a baralhação, somas de tudo que não são nada. Tomo-me na trajectória do parêntesis e vou na desorientação do tempo infinitesimal, no movimento da linguagem fisiológica, execução e maquinaria, o modo mais próximo do ambíguo. Criou-se um vácuo e a visão exibe um outro espelho, sem parágrafos, apenas apropriação de possibilidade, na relação de probabilidade linguística, um todo de vibrações que se anulam na lentidão do tempo que ainda não é tempo.
Fico contigo no acréscimo das contracções sem resposta, fico sem mais, assim, no arquipélago das metáforas.

Aveiro, 02 de Maio de 2008 – 21:32h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma

1 Comment:

Sonia Regly said...

Vim conhecer o seu Blog e convidá- los a visitar o Compartilhando as letras, sua visita muito me honrará.
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