Não sei se procuro ou se me procuram, apenas sei que estou ou vou estando por aqui. Gosto-me de presenciar nas coisas que escrevo, assumindo a breve passagem em que por aqui estou. Sou por cada vez que escrevo um estranho de mim próprio! As definições rendem-se à sua própria evidência cuja clarificação se dissolve em detalhes que o teu curto entendimento não absorve. Todo o problema se apresenta como pura lógica, ainda que digas o contrário; a interrogação carece dum assentimento, de uma resposta que permita temporariamente acalmar o reino das chamas. Sou mais um indivíduo entre outros, com mais ou menos pormenores, digo-te com os meus; isso que me confere determinado estatuto, a minha entidade no ângulo existencial. A minha postura está em actividade, estou lançado na existência, numa aceleração para o que chamas fim. O fim de cada qual exibe uma postura que lentamente se vai desarrumando; a definição continua a ser sempre imprópria, uma vez que tudo está na nave do movimento.
Crias a tua própria ilusão de acordo com a situação temporal, tecendo a malha das impressões, formando os teus juízos de valor, todas essas componentes que engendram o relacional. Tomamo-nos neste sistema combinatório de relações, permitindo o brilho e o encanto; somos pelo efeito! Interrogo-te pelo necessário e resta a identificação, isso que aprova o decisivo, aquilo que é particular, eu, tu.
Aveiro, 17 de Março de 2008 – 16:32h
Jorge Ferro Rosa, in Fronteiras
segunda-feira, 17 de março de 2008
NOS MEANDROS DO PARTICULAR
Colocado aqui mui gentilmente por jorgeferrorosa à(s) 19:59
Etiquetas: Jorge Ferro Rosa, prosa poética
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