A saudade tem a cor dos meus olhos afastados dos teus. É já noite por aqui, meu amor, e há muito que o mar não me vem visitar. Envelheço em cada página que abro sem tu estares. Sento-me na varanda do passado e estendo as mãos no vento à tua procura. Mas tu estás longe. Lá, onde o sol é mais dourado e os minutos mais lentos. Fecho a janela e embalo lembranças na cadeira de fios presos ao rio da nossa estória. Entro ainda mais na noite. Percebo: sou um bicho solitário que gostava de ter nascido num campo de orvalho numa manhã de Primavera. E isso não me atormenta. Abro a caixa de memórias tuas, cheiro as flores dos nossos rostos juntos e adormeço. Contigo.
Foto: kirill Rusin
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2 Comments:
BELÍSSIMO, Andreia. Esta esquizofrenia (será?)é de uma ternura desmedida. Isso mesmo: não se pode medir. E este texto é para a eternidade. Sinto! Um beijo meu.
Obrigada Joaquim pela gentileza, pelo carinho, pelas palavras. Um beijo!
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