domingo, 30 de março de 2008

Caracóis

O meu apetite deserto fez-me criar amizade com dois caracóis. Disse-lhes que se eles quisessem, e em virtude de me terem ouvido tão pacientemente, poderia possibilitar-lhes, por algum tempo, a vida que os humanos levam. Quando o meu apetite se alagou de novo, chamei-os para a mesa e todos comemos caracóis. Porém, senti-me vexado ao constatar que eles levavam muito tempo a comer, logo suspeitando que não os tinha confeccionado bem. Depois, o Rafael tranquilizou-me, dizendo-me que só se estavam a certificar que não comeriam nenhum familiar.


Tiago Nené
(antes publicado no blogue do Texto-Al)

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