sábado, 19 de janeiro de 2008

Silêncio...


Silêncio

Assim como do fundo da música
brota uma note
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.
(Foto: Ricardo Tavares in olhares.com
poema de Octácio Paz)

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