«É-nos possível viver sozinhos, desde que seja à espera de alguém» Gilbert Cesbron
Ás vezes saio sem saber para onde vou. Gosto de deambular sozinha pelas ruas e travessas da cidade, ver pessoas a passar a pé e de carro, entrar nas lojas onde na realidade não há nada que queira comprar, e imaginar que necessito daqueles artigos que estão expostos nas montras e nas prateleiras; frequentar um café ainda que por alguns minutos e ouvir parte de conversas: ao telefone, ao balcão, na mesa ao lado e nas pessoas que passam na rua junto à porta; comprar um bilhete de metro e sair numa estação por impulso, por uma urgência que me toma em desfazer as horas ou simplesmente procurar-te mesmo sem te saber o rosto.
Quem és? De onde vens e para onde vais? Ocorre-me vezes sem conta e submeto-me a uma investigação clandestina, muito íntima e divirto-me a interpretar uma vida ao cruzar contigo por acaso, num sítio qualquer.
(...)
3 Comments:
KUSKA!
Agora, a sério, a crónica é de uma sensibilidade rara.
E gosto tanto que estou a escrever sobre estas palavras.
Ah, e essa frase do Gilbert Cesbron deixa-me, à partida, deslumbrado.
Quero mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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"É-nos possível viver sozinhos,
desde que seja à espera de alguém."
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Beijo e admiração
joaquim alves
Sim, bela frase: "É-nos possível viver sozinhos desde que seja à espera de alguém"
E sim, um texto de uma grande sensibilidade!
Solidariedade na deambulação :)
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Sónia
lindissima prosa, bem ao estilo de como eu gosto...
sem nomes, na primeira pessoa ...
parabéns..
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