domingo, 27 de janeiro de 2008

AO SOL


Eu, que lhe entreguei tantas noites,
retomo a mudez da solidão,
os olhos de nada ver,
uma névoa, um recorte na fotografia
do que poderia ter sido.
Não sem dor,
abrem-se a manhã e a clara certeza:
os sonhos são noturnos exercícios de acreditar.
O dia é outra história,
a ilusão não se acomoda em sol.
Ainda assim, meu amor,
como eu queria
andar de mãos dadas ao meio dia.

Imagem: dagmar Zuppan

2 Comments:

Andreia said...

Lindo, lindo! :)

Joaquim Alves said...

Ai, este ritmo de pura magia.
Mãos dadas de tarde, à noite,
de madrugada...

Ao meio-dia.
Belíssimo, Saramar!