sábado, 22 de dezembro de 2007

MOMENTOS QUE PASSAM


Olho por aqui e além
Quero olhar-te uma vez mais
Mas nem tu, nem ninguém
Nem o eco dos meus ais…

Olho e não vejo as minhas mãos
Procuro em vão o fumo em espiral
E nem a cinza daquele último cigarro…
Parece que tudo foi nada num momento
Nem anéis, nem dedos nas minhas mãos
Para além do monte tudo é irreal
E foi-se a esperança onde me agarro
Como que levada pelo vento…

Quiseste dar tempo ao tempo…
Que loucura sem remédio
O tempo passou alheio
E nada conseguimos descobrir…
Agora, que já não há tempo
Tomada por um triste tédio
Arrasto-me num perene vagueio
Até ao dia de partir…


Folheio o livro da vida
E tantas folhas, tão escritas…
Tantos olhos, tantos amores
Tantos lábios e corações…
A ti amo e por ti sou preterida.
E entre canções, flores e desditas
Deste-me rosas de tantas cores
Para acalentar as minhas ilusões…


22.12.07

1 Comment:

Mercúrio said...

Isto de dar tempo ao tempo... não será uma fuga para a frente? mostra-me alguém com quem isto tenha resultado...

;)