Desejei falar-te, simplesmente isso! Entre tantas mensagens perdidas, na hora do silêncio, onde falou o outro silêncio como Adamastor do coração, dos dias de semblante cadenciado, que me tomou nesta febre que se expande docemente pelos cercos do mundo, submerso de desejos proibidos. Resposta colossal a tua, por dias consagrados aos açoites do vento, no auge do vendaval aprisionado, onde me tomo pela totalidade agrilhoada.
Observo-te na pradaria de sensações, pela baía dos desejos, num recolhimento pacífico, onde as tuas respostas não passam da ausência de degraus, a um jardim de sensações sem história, mas com história! Os dias trazem sempre novidade e as instruções da escrita obrigam-me a um compromisso, pelo menos a pensar em ti, como o foco, o portal de todas as terapias, até às mais esquecidas, aquelas que ficaram no sitio do silêncio, entre a chuva tímida e a consagração do bosque humano. O sol brilha lá fora…
Guardo o teu olhar na cápsula da tarde, entre os perfumes e a música das horas, mesmo as esquecidas, administradas pelo outro gesto, pela outra vertente sequiosa, no edifício dos cumprimentos onde as lágrimas tocaram o fio da eternidade; nesse local, tocamo-nos e sentimos a pureza do toque, onde a vontade reconheceu a liberdade divina, condecorada pelas gargalhadas contagiantes, a um discurso de candura excitante. O nosso discurso é sempre excitante… Divorciámo-nos na noite! Plano de dúvidas… esta sementeira de acontecimentos, guarnecendo uma trajectória, o espelho dos dias, esse que proclama a ideia de ninguém.
Vila Franca de Xira, 26 de Dezembro de 2007 – 11:26h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
O ESPELHO DOS DIAS
Colocado aqui mui gentilmente por jorgeferrorosa à(s) 12:11
Etiquetas: Jorge Ferro Rosa, prosa poética
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