quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

NO OLHAR PEDREGOSO

Regresso incansável do sentido,
O significado que se discute…
Problemas de envolvimento,
Um progresso que se dilata,
Um fogo de ideias cheio
Este olhar negro… faz falta
O banal dessa filosofia.

O teu discurso é vago, agride
Disseminas os átrios da rejeição…
Este relacionamento mudo!
Contudo, feito de erosões mentais,
Obrigações mortas, esta.

Paz no sono da morte…
Nos corredores da noite,
O amor pelo infinito saber,
Profunda é a minha loucura,
Este arremesso abençoado…
Nas horas da razão destruída
Tomada na campa dos factos.

O acerto das vontades aproxima,
A gravidade é mais um resultado,
Temporalidade dos sons…
Últimas horas de resultado
Este sentir que não sente!
Na grande dissipação do tempo.

Deixo-me ficar mas vou sempre,
Sinto-me cheio das tuas indisposições
Esses delírios azedos, impróprios
Profanam os pomares do amor…
As relíquias da matéria
Ao lugar dos difíceis entendimentos.

O cansaço enamora a matéria,
O sexo ainda é aventura…
O sorriso descreve o compromisso
A minha realidade compromete!
O meu óbvio é passageiro…
As máscaras são tendas coloridas,
Agarrei o azul imortal, a Filosofia.

Os pensamentos são veneno…
As leis da física ordens…
O corpo bebe a sua fuga,
As coisas atrapalham…
Ainda sou coisa, não a tua!
Vou-me embora, no silêncio.

A incoerência bebe sombras…
O tempo mostra o perigo…
Sou interno a mim mesmo,
Ainda não sei desse movimento,
O lado correcto é vago…
Julgo-me no julgamento total,
Sou o erro dos teus erros na moral.

Dizes sempre o mesmo…
O significado não orienta,
Esse é um caso único…
A minha ideia é fogo, enorme;
Sou continuidade psicológica
Analogia descorada do invisível.

Os significados são fugas…
Desmontaram o meu desejo!
Do que dizes foca a perspectiva,
O complexo é uma opção…
Sou as partes, esta e a outra
O desejo dos sexos mortais.

Tomo-te na toalha do fim…
Os escritos são imagens,
Todas as imagens são o antigo eu,
Esse eu que viveu passados…
Fugas de momento bizarro,
Olhar pedregoso… um cigarro!
Aquecimento que agora morreu.

Aveiro, 06 de Dezembro de 2007 – 20:12h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma
Escrito no Café Bertrand do Fórum de Aveiro