E a paragem do tempo para se ser feliz em casa
Bob tremia a aproximou-se mais da régua. Teve por um momento a ideia de agredir Scrooge com ela, enquanto o segurava e pedia socorro para o pátio e um colete de forças.
- Feliz Natal, Bob! - disse Scrooge, com uma sinceridade que não podia ser confundida, enquanto lhe dava palmadinhas nas costas.
- Desejo-te, meu bom amigo Bob, um Natal mais feliz do que aqueles que te tenho dado de há muitos anos! Vou aumentar-te o salário e comprometer-me a ajudar a tua necessitada família e esta tarde discutiremos acerca de negócios, em frente duma tigela de Natal com ponche fumegante, Bob! Acende os fogões e vai comprar um balde de carvão antes que o Diabo esfregue um olho, Bob Cratchit!
Scrooge excedeu as suas promessas. Fez tudo e infinitamente mais e para o pequeno Tim, que NÃO morreu, foi um segundo pai. Tornou-se um bom amigo, um bom patrão, um bom homem, como toda a boa cidade sabia ou qualquer outra boa cidade, vila ou lugar do nosso bom mundo. Alguns riam-se da sua modificação, mas ele deixava-os rir e pouca atenção lhes prestava, porque era suficientemente sensato para saber que nada de bem acontecia neste mundo sem que as pessoas lhe troçassem, a princípio; e sabendo que esses, de qualquer forma, seriam sempre cegos, pensou igualmente que podiam fazer rugas de tanto rir ou apanhar a doença com forma menos atraente. O seu coração ria e isso era quanto lhe bastava. Não voltou a ter contactos com os espíritos, mas viveu, a partir de então, em voto total de abstinência e dele sempre se disse que sabia como conservar o Natal, se é que alguém possuia essa sabedoria. Que isso possa ser dito de nós! E, tal como dizia o pequeno Tim: que Deus nos abençoe a todos!
Charles Dickens
[Foto: Carlos Pedro]
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