TEIAS DO DIA
O cheiro do sertão entrava danado por suas ventas. A caça, tinha sido pouca, todo o dia de tocaia, só havia rendido um calango. Aquela terra miserável, traiçoeira, era tudo que ele tinha. Cresceu na aspereza do mandacaru, na rudeza do sol fustigando sua pele. Só garantia aquilo que pegava, pois nada a vida lhe oferecera, a não ser a imensa e contínua dor de perder os que de seu sangue compartilhava. Homem feito, pouca água, muita bala, um facão e a vigília da noite naquela terra que Deus esqueceu e onde o diabo brincava de esconde-esconde com os desavisados e esmolambados filhos da sede que por lá passavam...
By Casti
(teiadepalavras)
0 Comments:
Post a Comment