domingo, 23 de dezembro de 2007

99 anos de Bonelli

Ontem comemoraria o seu 99º aniversário Giovanni Luigi Bonelli, o criador de Tex Willer. Para comemorar a ocasião adaptei o seguinte texto de modo a dar a conhecer o mesmo aos nossos leitores:

Giovanni Luigi Bonelli nasceu em Milão a 22 de Dezembro de 1008 e faleceu em Alexandria a 12 de Janeiro de 2001, foi um editor e autor italiano de banda desenhada que ficou conhecido pela alcunha de “o pai de Tex” (Tex Willer é a sua criação mais conhecida e pode ser encontrado em qualquer livraria portuguesa ou brasileira).

Leitor voraz desde tenra idade o mesmo apreciava, principalmente, as obras de mestres da estirpe de Jack London, Robert Louis Stevenson, Júlio Verne e Emilio Salgari, entre outros.

Vagueou pela Europa, com pouco dinheiro no bolso, trabalhando nos mais diversos ofícios para ganhar o pão de cada dia, desde cortar lenha numa quinta até a ingressar na prática de boxe (tendo inclusive treinado lutadores profissionais). A sua principal criação, o ranger Tex Willer, “possuía uma percepção de valores imediata, fruto de uma cultura surgida numa juventude vivida com austeridade”, palavras de Decio Canzio, grande amigo de Bonelli.

A sua carreira literária inicia-se nos primórdios dos anos 30, escrevendo histórias para o Corrieri dei Piccoli, publicação tradicional italiana, e artigos para o Giornale Illustrato dei Viaggi. Nos anos 30, Bonelli escreveu também para diversos títulos da Editora Saev, tais como Jumbo e Rin-tin-tin e escreveu os seus primeiros guiões, que foram desenhados por Rino Albertarelli e Walter Molina.

Guionista e criador de dezenas de personagens, passa por várias empresas, até abrir a sua própria editora, reformulando então publicações importantes como L'Audace. O ano de 1948 marcaria para sempre a sua vida.

Por ser um grande admirador das histórias do velho oeste americano, Bonelli cria, em parceria com Aurelio Gallepini, o personagem Tex Willer. Ao mesmo tempo, também criava "Occhio Cupo", uma revista quinzenal de formato grande, mais cara que a média das revistas de banda desenhada da época. No entanto, é Tex, revista de formato fino e pequeno, com apenas 32 páginas (uma tira por página), num formato parecido com um "talão de cheques”, que atinge o coração dos leitores italianos, projectando-o nacional e internacionalmente.

Manteve a redacção de guiões para muitas outras histórias e criou outros personagens, antes e depois de Tex, como O Justiceiro do Oeste, Ipnos, O Ladrão de Bagdad, A Patrulha dos Sem-Medo, Plutos, Os Três Bil, El Kid, Lobo Kid e Ringo, só para citar alguns. Entretanto, aos poucos, Bonelli sentirá necessidade de se dedicar mais e mais ao personagem Tex, que exigia cada vez mais do seu tempo.

As próprias actividades editoriais são transferidas para a família: a sua esposa Tea Bonelli (falecida em 2000) passa a cuidar da administração, enquanto ele prepara o filho Sergio, que em pouco tempo se torna o editor responsável por um aglomerado de empresas que publicam algumas das melhores bandas desenhadas do género.

G.L. Bonelli faleceu aos 92 anos devido a problemas respiratórios e cardíacos. A última história escrita por ele foi "Il medaglione spagnolo", publicada em fevereiro de 1991 (na edição brasileira Tex nº 323 - O Medalhão Espanhol), uma aventura iniciada por ele e terminada por outras mãos. Como ele mesmo gostava de se definir foi "um romancista emprestado à banda desenhada e jamais devolvido".

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