terça-feira, 27 de novembro de 2007

NO REGRESSO DA INCERTEZA IMPRÓPRIA

No hemisfério do sorriso, fico,
No rosto do sonho, avanço…
Tomo-me nos líquenes verdes!
Nas palavras cintilantes da tarde
No segredo da gaivota, livre
Pelas brumas da razão, sem nome
Pela ingenuidade da confidencia
No regresso da incerteza imprópria.

Suspiro paladares antigos…
Beijos que o festival incendiou!
O silêncio do desalento ainda ficou
O enlevo fresco das palavras emoldurou
O olho do furacão da santidade repousou!
O compasso adormecido… acolheu-me!
Esta seiva da noite coberta, ficou
No regresso da incerteza imprópria.

Nos meus lábios cresce a espuma!
O toque do labirinto da provocação…
O espaço traiçoeiro da inclinação,
A sementeira do sorriso onde te somo!
Em marés de desejo azul… um gomo,
O mar de epílogos despido, o sentido
A incerteza aberta da janela, larga
O silêncio de mim que adormece,
Na inutilidade do tempo curvo, fico
No regresso da incerteza imprópria.

Vila Franca de Xira, 27 de Novembro de 2007 – 15:11h
Jorge Ferro Rosa, in Caderno da Alma

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