Segundo o “Publico” de 9 de Outubro passado, “a aleta grega Ekaterini Thanou poderá vir a ser contemplada com a medalha de ouro dos 100m relativa aos Jogos Olímpicos de Sidney, em 2000”, no que seriam “os ‘danos colaterais’ do processo de doping que levou à queda desse mito do atletismo norte-americano, Marion Jones”. Refere também o mesmo jornal que “ironicamente, Thanou foi suspensa em 2004, por um período de dois anos, por ter faltado a três controlos antidoping”.
E pronto, o “Público” ficou-se por aqui. Como sempre, frouxos jornalistas! Como é evidente, esta história não podia acabar assim, estava em causa o prestígio nacional – como já irão perceber. Adiante. Fomos investigar.
Consultando a lista das concorrentes aos 100m de Sydney, constata-se que, atrás das duas atletas já referidas (uma já desclassificada, Jones e outra em vias de o ser, Thanou), em terceiro ficou Belinda Thomas, das Bahamas. Ora bem. Como é óbvio, ao usar um equipamento amarelo berrante, provocou danos irreversíveis no bom gosto das restantes atletas, o que foi considerada uma grave violação das regras do fair play - pelo que também foi desclassificada. Em quarto, Lindsay Mark, da Grã-Bretanha que, à data, usava um desodorizante em spray, libertando perigosos CFC para a atmosfera que prejudicaram (e de que maneira, a Amazónia que o diga - caso aprenda a falar, claro!) todo o meio ambiente. Desclassificada. Em quinto, a etíope Tutu Beliu, que fazia o bigode com gillete de lâmina dupla. Ora, como toda a gente sabe, se a lâmina não for, no mínimo, tripla, uma mulher não pode estar na alta competição. Fora! Em sexto, a bielorussa Tatiana Smirnov que, obviamente, nunca teria passado num teste de alcoolémia, mesmo se feito por um GNR de Faro. Desclassificação óbvia. Em sétimo, a italiana Adriana Fellatio, que tinha pé-de-atleta. Também como é do conhecimento geral, só atletas completos é que podem participar no Jogos - um pé não basta. Andor! Finalmente, em oitavo, Carlos Castro, que também foi excluído devido às análises terem revelado excesso de estrogénio.
E, assim, tudo isto nos traz a Tavira, à fábrica das genuínas Alheiras de Mirandela, na região demarcada do Gilão, onde interrompemos o trabalho de Cátia Vanessa Silva, inspectora de qualidade e grossura, para lhe transmitir a boa notícia.
- Eu, campeã olímpica ?! A sério ?! Mas eu nem participei!
Então explicámos-lhe que teve de ser feito um sorteio entre todas as atletas que não participaram, já que sempre que se fazia um teste antidoping - ou qualquer outro, nomeadamente da carta de condução de pesados ou de QI - a alguma atleta concorrente, dava sempre chumbo e, por aquele andar, nem 2057 se saberia o nome do vencedor do lançamento de porco com bandollete dos Jogos de 1912.
- Fogo! É mesmo verdade! Com essa é que me convenceram! Maria, Fatinha, Ula, Drª Bivac, Céuzita, venham cá depressa! – gritou Cátia Vanessa, chamando as suas colegas de trabalho mais próximas, tão próximas que quase ensurdeceram com os gritos da nossa campeã. Logo vamos comemorar, meninas?
E foram - não sem antes Cátia Vanessa ter sido homenageada pela Câmara Municipal, em sessão conjunta com outro galardoado, Zé Manel, futebolista anão da zona que havia ficado famoso por conseguir um autógrafo de Cristiano Ronaldo, ao disfarçar-se de seio proeminente. No fim da cerimónia, recebeu o apoio estatal para a alta competição, ou seja, um calção rasgado que já havia pertencido a Rosa Mota e um pionés torto.
Continuando. Foram comemorar. Mas, por azar, enquanto estavam, pela noite fora, bebendo ginjinhas e discutindo o conceito de estética de Platão, apareceu um inspector olímpico e fez-lhe um teste cultural surpresa. Como não sabia o resultado do último jogo de futebol da XIIª Divisão entre o Cinfães de Baixo e o Boticas Azuis foi, evidentemente, desclassificada.
Aparentemente, um duro revés. Mas nada que desmoralizasse a nossa nova heroína nacional. Pediu a contra-análise, fechou-se em casa a estudar e, três dias depois, na Suiça, deu um murro no Scolari, num gesto de grande beleza fortemente aplaudido por todos os componentes do Júri de Apelo. Foi dispensada da oral (e da anal também) e recuperou a sua medalha, arduamente conquistada enquanto enchia as deliciosas Alheiras de Mirandela de Tavira.
Meus amigos, temos campeã! Viva Cátia Vanessa Silva!
E pronto, o “Público” ficou-se por aqui. Como sempre, frouxos jornalistas! Como é evidente, esta história não podia acabar assim, estava em causa o prestígio nacional – como já irão perceber. Adiante. Fomos investigar.
Consultando a lista das concorrentes aos 100m de Sydney, constata-se que, atrás das duas atletas já referidas (uma já desclassificada, Jones e outra em vias de o ser, Thanou), em terceiro ficou Belinda Thomas, das Bahamas. Ora bem. Como é óbvio, ao usar um equipamento amarelo berrante, provocou danos irreversíveis no bom gosto das restantes atletas, o que foi considerada uma grave violação das regras do fair play - pelo que também foi desclassificada. Em quarto, Lindsay Mark, da Grã-Bretanha que, à data, usava um desodorizante em spray, libertando perigosos CFC para a atmosfera que prejudicaram (e de que maneira, a Amazónia que o diga - caso aprenda a falar, claro!) todo o meio ambiente. Desclassificada. Em quinto, a etíope Tutu Beliu, que fazia o bigode com gillete de lâmina dupla. Ora, como toda a gente sabe, se a lâmina não for, no mínimo, tripla, uma mulher não pode estar na alta competição. Fora! Em sexto, a bielorussa Tatiana Smirnov que, obviamente, nunca teria passado num teste de alcoolémia, mesmo se feito por um GNR de Faro. Desclassificação óbvia. Em sétimo, a italiana Adriana Fellatio, que tinha pé-de-atleta. Também como é do conhecimento geral, só atletas completos é que podem participar no Jogos - um pé não basta. Andor! Finalmente, em oitavo, Carlos Castro, que também foi excluído devido às análises terem revelado excesso de estrogénio.
E, assim, tudo isto nos traz a Tavira, à fábrica das genuínas Alheiras de Mirandela, na região demarcada do Gilão, onde interrompemos o trabalho de Cátia Vanessa Silva, inspectora de qualidade e grossura, para lhe transmitir a boa notícia.
- Eu, campeã olímpica ?! A sério ?! Mas eu nem participei!
Então explicámos-lhe que teve de ser feito um sorteio entre todas as atletas que não participaram, já que sempre que se fazia um teste antidoping - ou qualquer outro, nomeadamente da carta de condução de pesados ou de QI - a alguma atleta concorrente, dava sempre chumbo e, por aquele andar, nem 2057 se saberia o nome do vencedor do lançamento de porco com bandollete dos Jogos de 1912.
- Fogo! É mesmo verdade! Com essa é que me convenceram! Maria, Fatinha, Ula, Drª Bivac, Céuzita, venham cá depressa! – gritou Cátia Vanessa, chamando as suas colegas de trabalho mais próximas, tão próximas que quase ensurdeceram com os gritos da nossa campeã. Logo vamos comemorar, meninas?
E foram - não sem antes Cátia Vanessa ter sido homenageada pela Câmara Municipal, em sessão conjunta com outro galardoado, Zé Manel, futebolista anão da zona que havia ficado famoso por conseguir um autógrafo de Cristiano Ronaldo, ao disfarçar-se de seio proeminente. No fim da cerimónia, recebeu o apoio estatal para a alta competição, ou seja, um calção rasgado que já havia pertencido a Rosa Mota e um pionés torto.
Continuando. Foram comemorar. Mas, por azar, enquanto estavam, pela noite fora, bebendo ginjinhas e discutindo o conceito de estética de Platão, apareceu um inspector olímpico e fez-lhe um teste cultural surpresa. Como não sabia o resultado do último jogo de futebol da XIIª Divisão entre o Cinfães de Baixo e o Boticas Azuis foi, evidentemente, desclassificada.
Aparentemente, um duro revés. Mas nada que desmoralizasse a nossa nova heroína nacional. Pediu a contra-análise, fechou-se em casa a estudar e, três dias depois, na Suiça, deu um murro no Scolari, num gesto de grande beleza fortemente aplaudido por todos os componentes do Júri de Apelo. Foi dispensada da oral (e da anal também) e recuperou a sua medalha, arduamente conquistada enquanto enchia as deliciosas Alheiras de Mirandela de Tavira.
Meus amigos, temos campeã! Viva Cátia Vanessa Silva!
1 Comment:
Com a certeza que o humor (corrosivo) pode e deve ser mais explorado neste blogue aplaudo este texto! Bravo!
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