terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

John Updike, um poema de Tiago Nené

JOHN UPDIKE

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Morreu sem um critério rigoroso.

Não se poderá dizer que tenha sido a lei da vida

ou a lei da morte

ou uma derradeira e infinita

composição da urgência.

Hoje morreu-lhe o corpo, morreu porque assim

disseram os médicos, porque assim

disse o seu pulso frágil como o equilíbrio

da terra, e porque agora é o tempo que o respira.

Hoje morreu-lhe o corpo, repito em voz alta.

E isso é tudo o que,

da perspectiva da nossa memória incompleta,

precisamos de saber.

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Tiago Nené

(in Instalação, obra a ser lançada em 2009)

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