quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ELEMENTOS DE UNIFICAÇÃO

No seio da ânsia profunda acolho-te ainda que o teu silêncio humedeça o meu olhar e todos os corolários da grande passagem. Guardo a tua palavra pela máxima compreensão dos encantos entre o anónimo de uma passagem ocasional. Ainda tenho nas veias a sedimentação do todo, a vaga flutuante do templo do amor! Sou a tua ponte, o universo do inacabado por um maior granjeamento, voluptuoso… senti-me cúmplice da floração no momento de aceleração da imagem. Profanei uma vez mais o olhar da manhã, tomei-me na poeira do tempo entre sucos purificados ao fôlego da existência. Todos os sabores tomaram-me no anónimo do tempo! Vou com esta fisionomia, não posso ter a que não tenho, apenas estamos separados por uma muralha que tu criaste naquele dia. A minha pátria também é a tua, o que nos separa é a água da nascente e o vento unificado.
Sou contigo no suspiro implacável, na ânsia funesta e deserdeira, onde as pregas da palavra insuflam cadencias, mecânicas de um novo compromisso. Não quero compromissos, sempre te disse isso!
Uma luz brilhou em agradável momento, numa ardência de inspiração por um timbre silencioso.
A mecânica dos laços ainda faz mover a grande roda do tempo e as palavras do grande livro enchem as veias de renovada serotonina! O encanto é fogoso… continua a arder no grande império ante a forja do corpo alveolar. A epiderme é o nosso elemento de unificação, somos na respiração o grande encontro e a vontade de fervor desdobrado.
Na força do meu desejo escondes a tua existência… pela dinâmica múltipla da identidade concilias o ideal do encanto que fica por acontecer.

Tavira, 17 de Dezembro de 2008 – 11:49h
Jorge Ferro Rosa
Escrito no café “Veneza”. In Caderno da Alma

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