As águas que choram algures acariciam-nos, levando de nós e das nossas vidas tudo o que é impuro, tudo o que já não serve e que a alma já estranha...
Peço à chuva que dance em mim e me ajude a deixar para trás o passado e todas as suas amarguras...
Nas minhas margens, resta o silêncio perante a vida que foi mas já não é, a vida que muda a cada instante e transfigira experiências e sentimentos...
O vento mágico devora a chuva caída e os restos de tudo... de tudo o que passou de tudo o que tem de ficar para trás para nos libertar do seu peso e nos permitir prosseguir...
Qual de nós sabe que chão pisa?... E ainda assim pisamo-lo... vendo-o por vezes virar-se contra nós, como se tivéssemos outra alternativa além de pisá-lo...
Sinto frio na alma, como tu... o frio do vazio deixado pelo passado que se esvai à medida que um presente novo e desconhecido se instala, um presente bom, prometendo ser quente, mas que ainda é frio e desconhecido... um presente que não deixa sulcos, ao contrário desse passado de que me pretendo desprender... não me reconheço, sempre fui susceptível a sulcos, parece que não me deixo atingir já como antes...
Um corpo é sempre frágil; este move-se apressado, tentando esconder dos demais os seus medos e as suas confusões... numa dança de palcos fantasiados que aos poucos se transformam em realidade, perante a minha espupefacção... e a minha vida sedenta de beleza vai-se enchendo dela... não escondo nada do vento nem da chuva... tudo o que precisar ir vá, sem dó nem piedade... não desejo nada que pertença a esse passado, nada que não me pertença a mim.
Abandono quem fui aqui e deixo-me acariciar pelas águas que choram algures...
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Peço à chuva que dance em mim e me ajude a deixar para trás o passado e todas as suas amarguras...
Nas minhas margens, resta o silêncio perante a vida que foi mas já não é, a vida que muda a cada instante e transfigira experiências e sentimentos...
O vento mágico devora a chuva caída e os restos de tudo... de tudo o que passou de tudo o que tem de ficar para trás para nos libertar do seu peso e nos permitir prosseguir...
Qual de nós sabe que chão pisa?... E ainda assim pisamo-lo... vendo-o por vezes virar-se contra nós, como se tivéssemos outra alternativa além de pisá-lo...
Sinto frio na alma, como tu... o frio do vazio deixado pelo passado que se esvai à medida que um presente novo e desconhecido se instala, um presente bom, prometendo ser quente, mas que ainda é frio e desconhecido... um presente que não deixa sulcos, ao contrário desse passado de que me pretendo desprender... não me reconheço, sempre fui susceptível a sulcos, parece que não me deixo atingir já como antes...
Um corpo é sempre frágil; este move-se apressado, tentando esconder dos demais os seus medos e as suas confusões... numa dança de palcos fantasiados que aos poucos se transformam em realidade, perante a minha espupefacção... e a minha vida sedenta de beleza vai-se enchendo dela... não escondo nada do vento nem da chuva... tudo o que precisar ir vá, sem dó nem piedade... não desejo nada que pertença a esse passado, nada que não me pertença a mim.
Abandono quem fui aqui e deixo-me acariciar pelas águas que choram algures...
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Prosa poética inspirada após as leitura do poema
"Abando-me aqui" de Piedade Araújo Sol http://olharemtonsdemaresia.blogspot.com/
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Autora :Porcelain Doll
Foto:Q
1 Comment:
Muito obrigada, Piedade, fico mesmo babada ao ver a minha humilde obra assim num blogue tão bonito... mas a verdade é que só sai coisa decente porque tenho coisas bonitas como fonte de inspiração, porque não consigo escrever este tipo de textos sozinha, vindos da minha cabeça... talvez um dia... se eu visitar muito o teu blog!! :-))
Obrigada!!
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