A falta de poder de decisão é hereditário,
com a pompa e circunstância duma revolução
és incapaz de ser negligente,
mas precisas de muletas e escadotes justos
para converter os escapes em atitude íntegra.
Há uvas que valem muito pouco,
são vulgares e sem o sabor próprio de sua casta,
tudo o que aparentam é jogo de luz insatisfeito
para afastar, com dogmas, sonhos díficeis
sem auxílio nem da cafeína, nem de catanas.
Olhas-me como um telecrã desconfiado,
curioso como doce de manga mais interessado
em pregar o rigor escrito do seu partido.
Foge já do diafragma sem pressões e
come-lhes a vulnerabilidade do desconhecido,
deixa-me os caroços cirúrgicos que estão a mais
no mau olhado constante de frustração e seiva
que é ser intermediário submisso de algo impossível.
Fala comigo portanto
sem gritos, tenho-te preso a
essa sabedoria majestática, meu
favorito impotente, podes
bater-te e expulsar-me que estou em ti
reprimindo a dobrar,
sabendo que existo falhado como
migalha de açúcar demasiado
estática, escuteiro reinvindicativo
por viver verdadeiras aventuras.
Insistes tanto
que nunca irei contigo, meu
reles colonizador dum único
infiel sem religião, vais perder
tua fama descontrolada aqui e,
sairei, deste reino amaldiçoado, calmo,
pelo ar, garantindo fraternidade igualitária
cujos motivos desconheces;
desde as entranhas dos indígenas até à
poeira e areias das praias do inconsciente,
ignorarás tudo o que não quiseres ouvir,
morreremos sozinhos assim e
será injusto e será excusado, mas
só trepas palmeiras pelos silenciosos
frutos do teu bem estar, que
demonstra eterna gratidão
arrependida.
IN foto-síntese 2003
2 Comments:
Gostei, ainda que de dificil interpretação, mas provavelmente, está aí mesmo o seu encanto...
eu achei uma valente cagada
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