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tinha decidido fechar o coração à chave. em vez disso abria o corpo a quem parasse à sua janela e a olhasse.
até que o corpo se cansou e começou a tremer. nunca tinha sentido nada de semelhante. as mãos primeiro num desassossego, as pernas depois, todo o corpo de seguida.
desejou então que lhe contassem uma estória de princesas, fadas e jardins secretos, como quando vivia de olhos fechados, no sonho. mas os monstros que tinha deixado ficar na sua casa sabiam apenas de entradas forçadas e violentas. nunca tinham ouvido falar de um rosto encostado a um peito, de abraços apertados ou de palavras sussurradas durante o sono. quis livrar-se deles mas a fechadura do seu coração há muito que estava enferrujada, não havendo, portanto, chave que a libertasse.
até que o corpo se cansou e começou a tremer. nunca tinha sentido nada de semelhante. as mãos primeiro num desassossego, as pernas depois, todo o corpo de seguida.
desejou então que lhe contassem uma estória de princesas, fadas e jardins secretos, como quando vivia de olhos fechados, no sonho. mas os monstros que tinha deixado ficar na sua casa sabiam apenas de entradas forçadas e violentas. nunca tinham ouvido falar de um rosto encostado a um peito, de abraços apertados ou de palavras sussurradas durante o sono. quis livrar-se deles mas a fechadura do seu coração há muito que estava enferrujada, não havendo, portanto, chave que a libertasse.
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2 Comments:
Que dor tão grande, neste belíssimo e pungente retrato!
Emocionante demais.
beijos, bom domingo.
obrigada sara :)
boa semana
beijinho
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