Esta escultura de 1992 é da autoria de Sam, mais conhecido como cartunista, e tem o título de Infância. Eu, até há pouco, pensava que era do pintor e escultor colombiano Fernando Botero, cuja característica formal mais evidente é a excessiva rotundidade das figuras que representa.
A escultura está instalada no Jardim do Campo Grande, junto a um lago. Representa uma figura feminina (?), de seios (?) planetários e nariz pontiagudo, vestida de modo masculino. O nariz faz-me lembrar o focinho de uma toupeira. A figura aperta os enormes seios com os braços, como um tocador de gaita-de-foles aperta o fole da gaita. Quando o sistema está ligado, do bico de cada seio jorra um jacto de água de razoável caudal, formando um arco que termina na superfície do lago.
É bonita, é decorativa, integra-se bem no ambiente onde está implantada, alia a estaticidade ao movimento, surpreende pelo exotismo da forma e pela acção, tem a pitada de luxúria e de lúdico que provoca empatia e alegria.
Acho que está muito bem conseguida. Gosto dela.
[Publicado no blogue Universos Assimétricos]
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