Nessa forma incompleta do sentir tomo-me, pelas expressões que não entendes, no fogo interessante que se extingue. O meu corpo anula-se lentamente, num processo descontinuado, caracterizado pela mudança do olhar, ante mudanças que se interceptam, no compromisso das palavras e no desejo que se arruma circunstancialmente. Formas transcendentais dirás tu, rumo ao tenebroso de nós, o mim e o eu, numa entrega interminável que nunca se atinge. Momentos que se pensam viver, palavras que fazem a diferença modificando a essência do trivial, o banal de um desejo que se consome lentamente.
O esquecimento por vezes é útil, é o verdadeiro tranquilizante de situação! O comum é a caminhada, onde os reflexos do olhar conjugam propósitos, alguns azedos, outros menos em acordo com os fantasmas de ocasião. As palavras tentam exibir realidades… essas mesmo onde nos conjugamos, no aroma do amor eterno.
O convite para a eternidade foi feito desde o primeiro olhar, tomando os meus olhos uma outra postura, apesar da cegueira que se aproxima! Pouco a pouco o desvanecimento acontece, toma os mais perspicazes e corrompe a vontade do agir consciencioso.
Nesta desarrumação que me permeia, envolvo-me na força da ausência para um outro tempo, esse tempo que não tem tempo. Aqui, sentado, tomo-me no pensamento, medito… entendo por descabidas as tuas atitudes, como se fossem benéficas para alguma coisa, ou se por as mesmas me tentasses magoar, como em outros tempo o fazias. Descontracções, situações que crias que não servem para nada. Lamento a tua postura e entendo que andar atrás de ti não adiante nada nem contribui para provar o quer que seja. Sabes do que falo, não é preciso outras formas de expressão, apesar de parecer enigmático e o uso de metáforas ser uma constante. Nada ganhas com essa postura, pelo contrário! Não és a única pessoa que existe no mundo e assim todo o resto fica clarificado. Tenho dito! As energias renovam-se e as caminhadas surgem naturalmente… preocupar-me com o que não sente a vontade de estará comigo já deixou de ser condição da minha moral ou hábito de um dia desarrumado, as tuas acções anularam a minha postura. O esquecimento pode ser terrível e os sabores desvendam novos valores, novos preenchimentos.
O sentido do significado é sempre na consciência do próprio, emparelhando com as suas motivações e desejos, cada qual tomando o rosto da sua sensibilidade. Enamoramo-nos nas palavras e nelas dissolvemo-nos, restam apenas fronteiras cúmplices de uma projecção sem nome, caracterizando a antecipação do ser, ante o grito e o esplendor da existência. Até breve! Deixo-te o rasto ilegível da minha fraca dedicação… não é preciso mais, o que tens é o necessário para ser caricato.
Pombal, 30 de Março de 2008 – 16:00h
Jorge Ferro Rosa, in Fronteiras
segunda-feira, 31 de março de 2008
RASTO ILEGÍVEL
Colocado aqui mui gentilmente por jorgeferrorosa à(s) 14:44
Etiquetas: Jorge Ferro Rosa, prosa poética
Subscribe to:
Enviar feedback (Atom)
0 Comments:
Post a Comment