terça-feira, 11 de março de 2008

III Encontro Ibérico de Escritores

Encontro de escritores Palavra Ibérica, em Punta Umbría.
Histórico. Maravilhoso. Inspirador.

Encontrei escritores que muito admirava e foi um verdadeiro privilégio trocar ideias com eles.

Uberto Stabile, Rafael Camarasa (vencedor do Prémio Palavra Ibérica com o maravilhoso livro El Sítio Justo, que tem tradução minha), Manuel A. Domingos, de que conhecia sobretudo as traduções de Charles Bukowski, José Mário Silva, uma grande figura do jornalismo português, António Orihuela, que no sábado ia deitando o Grand Café Nexo abaixo com a força da sua poesia, o Luís Filípe Cristóvão, que me deu lições no campo da edição (tirei apontamentos) e que teve uma tentativa frustrada de me acordar às 5 da manhã - enganou-se e bateu à porta do Fernando Esteves Pinto, que no dia seguinte me repetiu vezes sem conta "tu ainda és muito novo!", a Diana Almeida, com o seu hábito de responder com os ouvidos, a Rosario Pérez Cabañas, que me deixou maravilhado pela beleza misturada com humildade, bem como pela poesia subtil que não deixa ninguém indiferente, Golgona Anghel que é uma miúda muito linda de quem é fácil ser-se amigo (um talento da Quasi e biógrafa do Al Berto), a Carmen Camacho que tem uma imagem única e uns poemas deliciosos, o João Bentes que foi uma surpresa com os seus poemas revolucionários e que como disse um gajo ligeiramente alcoolizado "foram os três melhores poemas da literatura mundial dos últimos dez anos".

Enfim,
Regressei com muita coisa na cabeça, outra pessoa decerto. Uma palavra ainda para a exposição de fotografia de Paula Ferro, sem dúvida um dos pontos altos da festa, para a Manuela Ribeiro, directora do Encontro Correntes D'escrita, e para Adão Contreiras que captou em vídeo muitos dos momentos. O Adão iniciou há 15 anos esta ligação com Espanha. A carrinha: uma Citroen branca. Como fomos para lá? na mesma carrinha. Há coisas que não mudam. Nem devem.

Tiago Nené

1 Comment:

Anónimo said...

"ligeiramente alcoolizado"? Porra!
Os eufemismos não me caem bem, pá! São como os Shandies.

Toma lá este:

"Embriaga-te

Devemos andar sempre bêbados.
É a única solução.
Para não sentires o tremendo fardo do tempo que te pesa sobre os ombros e te verga ao encontro da terra, deves embriagar-te sem cessar.
Com vinho, com poesia, ou com a virtude.
Escolhe tu, mas embriaga-te.
E se alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre as verdes ervas de uma vala, na solidão morna do teu quarto, tu acordares com a embriaguez atenuada, pergunta ao vento, à onda, à estrela, à ave, ao relógio, a tudo o que se passou, a tudo o que gira, a tudo o que canta, a tudo o que fala; pergunta-lhes que horas são: "São horas de te embriagares. Para não seres como os escravos martirizados do Tempo, embriaga-te, embriaga-te sem descanso. Como vinho, com Poesia. ou com a virtude"."

Charles Baudelaire

Fica bem.