Ternura
Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
(POEMA de DavidMourão Ferreira)
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Ternura (David Mourão Ferreira)
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2 Comments:
SEM PALAVRAS.
Pura emoção.
Obrigado. joaquim alves
DMF sabe sempre bem...muito bem!
boa escolha e obrigado pela lembrança...
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