sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

PLANETA OU TEMPO EXECUTÁVEL

Ai, ai ai ai ai... que direi? Sustento em mim algo que não te sei explicar, apenas li o que escreveste, senti como se tudo isso em mim coubesse, com mais ou menos perfeição, a minha imperfeição para te poder acompanhar; contudo não deixo de te dizer algo, ainda que minúsculo e sem sentido, mas o luar azul transporta-me para um outro lugar, esse que não sei qual é. O teu planeta também tem um pedaço de mim, esses seres todos essas verdades incontestáveis, todas as fontes, mares e marés até ao minúsculo ponto, para lá dos quarks ou ínfima possibilidade de pensar. A força está por aqui e continuas a ser algo que me faz pensar, porque a tua profundidade não tem rosto, é por si a fonte das fontes, entre a luz e a escuridão…
Arte do tempo, disposição planetária, ecos que se cruzam, outros pincelam possibilidades e a viagem está para lá de tudo o que possa pensar. Somos união na matéria e nela somos eternidade, apenas voz da mudança, traço que se equaciona noutros traços, numa demanda aquém de todo o racional. Interrogo-me porque tudo tem de ser assim e o assim nada mais é do que matéria em mudança.
Tantas verdades perdidas, tantos orgasmos que não resultam em nada, o princípio é apenas o prazer, isso que nunca entendi mas que funde a eternidade num momento, fresco, talvez quente, talvez único e total entre todos os seres, fundindo o principio supremo, talvez lhe chames de amor ou alguma coisa que o teu entendimento possa operar. Figuras, tais imagens ocupam a tua mente e o planeta do Planeta guarda a grande fonte, essa que nos renova a cada momento, numa eterna metamorfose.
Em cada dia renasces, concordo contigo, eu também… em todos os dias sou sempre a diferença daquilo que não fui e a viagem é pela diversidade infinita, com os sentimentos que ninguém entenderá, supondo que sim porque o seu desejo anseia quebrar todas as fronteiras do desconhecido. Nos limiares do universo encontro-te e nele caminho perto de ti, dos outros seres, não sou nada mais do que um fragmento ou a possibilidade de ser, mesmo que não seja. Somos e vamos e convidamos o ser dos seres para que no seu reino seja celebrada a festa da existência, essa da qual estamos instalados sem que algum dia o tivéssemos solicitado. Não solicitei absolutamente nada, apenas estou porque me colocaram neste planeta… mais tarde se houver oportunidade volto à conversa, agora preciso olhar o infinito e tomar-me por momentos na sua essência, na execução da temporalidade planetária.

Aveiro, 01 de Fevereiro de 2008 – 10:05h
Jorge Ferro Rosa, in Fronteiras

0 Comments: