segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O arco-íris

O nervoso miudinho não deixava Maria sossegar. Levantou-se. Sentou-se. Voltou a levantar-se para ir buscar um copo de água à cozinha, e depois esqueceu-se de a tomar. Olhou pela janela e reparou que, no pasto vizinho, já não estavam as vacas que lhe tinham feito companhia nestes seus primeiros dias na Ilha, restava apenas um pasto enlameado que ia ficar cada vez em piores condições graças à chuva que caía sem parar.
No dia seguinte ia, finalmente, começar a trabalhar e estava com um certo receio. Enfrentar o escritório novo – e os colegas novos – seria sempre uma situação capaz de lhe causar grande ansiedade mas, além disso, estava sozinha numa Ilha onde a beleza das paisagens contrastava com a brusquidão das pessoas e com a bruma constante. Também poderia ser a bruma que tornava as pessoas mais bruscas, apesar da paisagem… ou podia ser só ela que estava a estranhar a pronúncia e a exuberância das pessoas à sua volta, e a deixar levar-se pela bruma.
Olhou de novo pela janela, apesar da chuva que continuava a cair, reparou que uns raios de sol começavam a vingar, e que havia um arco-íris perfeito, com as setes cores a brilharem à sua frente. Resolveu que este era um bom augúrio, no dia seguinte começava uma vida nova.

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