quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

o conforto no horror...


Um dos meus vícios mais comerciais, além do da banda desenhada, é o das séries estadunidenes - suprema vergonha para um antiamericano básico e convicto como eu. E ultimamente não me têm faltado meios (leia-se edição de séries em dvd) para abastecer este vício mas, ao contrário do anterior, a minha condição económica não mo permite satisfazer.
Algumas séries agradam-me mais que outras, recentemente têm sido editadas colecções de séries antigas que animaram os meus tempos de juventude na televisão, Os Limites do Terror, Allo'Allo! e Millennium tendo sido as mais relevantes (e das recentes não tenho conseguído resistir ao charme politicamente incorrecto light de O Meu Nome é Earl).
Ainda sou do tempo em que a RTP dedicava as noites de sexta-feira a filmes de terror e os serões de Domingo a séries de detectives e de horror, muitas delas já nem recordo o nome, mas os canibais, vampiros, criaturas extraterrestres e abominações genéticas sempre me animaram a juventude (o que explica muita coisa acerca da minha personalidade, de acordo com a minha actual namorada... e algumas ex), é verdade que se ao início tais séries e filmes me causavam um certo medo, por fim acabavam por me confortar.
Eu sei, se calhar é caso para psicólogo, mas a realidade é a que realidade retratada nestas séries e filmes de horror eram tão irreais que acabavam por ser um escape da realidade monótona e merdosa do dia a dia acordavaitrabalharvemdormir.
Será a vida moderna tão vazia que precisamos de procurar conforto no horror e no terror do sobrenatural?
A propósito, a edição em dvd d'O Meu Nome é Earl para a primeira temporada foi exemplar, digna de elogio, infelizmente a segunda temporada foi editada a correr (certamente para o lucro fácil do Natal, época que actualmente serve apenas para satisfazer o nosso impulso consumista e alienante) e não incluiu o episódio extra exclusivo para a edição dvd nem legendas para os extras (coisas que a edição em dvd da primeira temporada incluía), na prática limitaram-se a editar a série legendada que deu no canal Fox português e os extras sem legendas da edição estadunidense, e como dava muita bandeira incluir o episódio extra sem legendas, cortou-se...
Coisas de quem vive num país de terceiro mundo...

2 Comments:

Manuel Marques said...

No início da vida adulta houve duas séries que, acho eu, marcaram toda a gente, Twin Peaks e X-Files. O natal passado ofereci a mim mesmo a caixa com as séries todas dos X-Files. Falta apenas que as burocracias e as conversações que não entendo muito bem para que servem façam sair a segunda série do Twin Peaks. Ah mas escrevi porque colocaste a foto do único Millennium que não causa escândalos neste país, é, aliás, esquecido o seu lançamento... assim como gostaria de ter o Profiler... Abraço!

Flávio Gonçalves said...

Ontem vi a caixa do Profiler na FNAC, mas realmente não reparei se era uma edição nacional ou estrangeira.

As 2ª e 3ª temporadas de Millenium foram as melhores, mas não devem ser editadas por cá.

Também me recordo, muito vagamente, do Twin Peaks, os Ficheiros Secretos infelizmente só os conheci de nome (sou açoriano, só temos os canais RTP Açores e RTP 1) e vou assistindo de quando em vez na Fox actualmente.

Ah, existem alguns "cross over" de Millennium com os X Files, aliás a personagem principal de Millennium vai participar no segundo filme dos X Files.