quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

As mamocas da Soraia Chaves vendem bilhetes

A maior parte dos filmes portugueses que ninguém quer ver teve boas críticas, embora vos garanta não saber a quem servem tão ilustradas obras. O cinema português das últimas décadas esforçou-se arduamente por se fechar ao público, e conseguiu. Eu, nem que me paguem. Não há pachorra para histórias de incesto entre irmãos toxicodependentes que se automutilam até à morte, ou de prostitutos homossexuais que vendem os corpos decadentes em prédios macabros, onde por acaso também se traficam órgãos humanos. Que a fotografia seja muito boa, que o texto se encontro pejado de indescritíveis arroubos literários, nada me comove. O que eu quero é um história bem contada, um texto são e escorreito, sem tiques intelectualóides, inteligente e veloz. Mas eu sou o público, não a crítica, a qual arrasou Call Girl, o último filme de António-Pedro de Vasconcelos. Para a crítica, Call Girl não passa de um telefilme cheio de lugares-comuns. Os críticos, todos homens, alguns com blogue, saídos dos melhores colégios, possuem um livro de regras muito restrito, quase todo baseado no Casablanca ou outro histórico do cinema a preto-e-branco, que eu muito respeito. Não é que façam mal. Que eu me recuse a ler uma crítica antes de ver um filme é outra história.
Entretanto, António-Pedro Vasconcelos vai sorrindo. O filme vende. É comercial?! Claro que sim, mas o óleo Fula e a pasta Colgate, também. Se a ideia é fazer cinema, convém começar por algum lado.

Texto de Isabela, publicado no seu blogue pessoal O Mundo Perfeito. Ler o resto aqui.

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