Sentado, corcovado, calvo, a sua silhueta quebrava a claridade da janela e escoava-a para dentro da caneta, diluia-a na tinta e escondia-a no papel. Quando passei, eu de lado, ele de lado, não percebi logo o que fazia. Não reconheci as noites em branco que me abraçavam de dia, os dedos subornados que me aqueciam sempre no mesmo lugar de Inverno ou até mesmo os meus dias inteiros a sublinhar o seu destino.
Nas páginas e páginas que saltitavam naquela secretária havia um homem sentado, corcovado, calvo, cuja silhueta de tanto gritar por mim, acabou no meu peito aconchegada pela origem do meu fôlego.
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domingo, 16 de dezembro de 2007
Silhueta
Colocado aqui mui gentilmente por Unknown à(s) 23:33
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1 Comment:
É incrível como as palavras nos podem fazer viajar...
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