Ao pé dos seus colegas de trabalho, determinado cirurgião plástico afirmava que nunca conseguiria ter relações sexuais ou afectivas com nenhum dos seus pacientes, visto que, do seu ponto de vista, o médico que modificava o corpo dos seus pacientes era um Deus na Terra.
No cimo do seu altar, o cirurgião conhecia os pontos fracos da pessoa que operava. E era esse ponto fraco que lhe ficava na memória. Se uma mulher quisesse aumentar os seios, o doutor cumpriria a tarefa com grande isenção. Se uma mulher aparecesse no consultório com queimaduras de segundo grau na cara, o doutor faria de tudo para lhe dar uma nova beleza. Todavia, nunca ninguém conseguirá dizer que conseguiu apagar o passado através de uma mudança física.
Quando punha a hipótese de beijar uma paciente sua, o médico lembrava-se imediatamente dos momentos que antecediam a transformação. E sentia um inevitável nojo.
1 Comment:
Daí os cirurgiões terem, habitualmente, mulheres feias :P
Mas só os plásticos. (comentário ridículo, este...)
Beijinho
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