Tome-se um homem,
Feito de nada, como nós,
E em tamanho natural.
Embeba-se-lhe a carne,
Lentamente,
Duma certeza aguda, irracional,
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois, perto do fim,
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim.
Serve-se morto.
Reinaldo Ferreira
domingo, 4 de novembro de 2007
Receita para fazer um Herói
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4 Comments:
Conheço bem a obra do Reinaldo Ferreira. Tenho quase a desfazer-se as memórias dum ex-morfinomano e li-o enquanto reporter X. Este poema é admirável e é pena que ele não seja mais conhecido.
Vou tentar corresponder ao desafio
Um abraço
TD
Afinal não estou sozinha no meu apreço e admiração pelo Reinaldo Ferreira! Mas, de facto, como a Teresa bem o diz, é um autor ainda bastante desconhecido o que é uma pena tendo em consideração a QUALIDADE SUPERIOR da sua escrita... Há que impulsionar o ressurgimento deste notável homem de letras:)
Obrigada e abraço:)
excelente poema;)
nao conhecia;)
E com toda a certeza, um herói serve-se somente morto, pois vivo são raras as pessoas que se apercebem do seu valor.
Boa escolha!
Um beijinho
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