quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O zero da esquerda

«Sou um zero à esquerda.»

Nem precisavas de falar. Olhando para ti, vê-se que não poderias ser muito mais do que nada. Se dizes que és um zero, tudo bem, és um zero. Não se abre mais o bico.

Mas uma mulher bonita dar-te-ia mais do que isso. Talvez um dois, vá lá, não mais.

Um homossexual dar-te-ia um quatro, um cinco. O número seis não seria de riscar. Fazes todos os dias a barba, pões sempre bons perfumes no pescoço.

A tua mãe entregar-te-ia um dez de boa vontade.

O teu pai. Quanto daria o teu pai por ti? Lembrar-se-á ele do teu nome? Já passaram tantos anos desde a última vez.

E a tua mulher. Quantos valores vale um marido infiel?

Consideras-te um zero à esquerda, não é assim?

«Sou um zero à esquerda.»

Então, escuta: o zero que está à esquerda nunca consegue chegar-se à frente. Fica sempre anulado.

2 Comments:

Whispers said...

Ola!
Bem verdade, um zero nunca passa de um zero so que ele e importante tb pq tudo tem seu valor....Gostei...voltarei.
beijos mil
Whispers

Anónimo said...

Com alguma sorte ainda vem uma vírgula ter com ele e depois, quem sabe, talvez um número corajoso!