«O mundo era ermo e inóspito. Os pedregulhos erguiam-se crispados, sobranceiros à aridez dum mar de dunas. As areias estendiam-se, cálidas e mortíferas até ao horizonte. O céu, ofuscante de branco, não concedia qualquer matiz, em toda a abóbada exposta. Só o Sol ardente, a pique, presidia às coisas inanimadas.
Então, nos interstícios da rocha calcinada, numa brecha ínfima, por uma singularidade improvável, formou-se uma nesga de sombra. O espírito da árvore acordou, reconheceu a sua essência e formou um pensamento.
E um manto verde cobriu a terra inteira.»
[Publicado no blogue Universos Assimétricos]
3 Comments:
Só é pena que, aos poucos e poucos, essa manto verde vá sendo destruído, escurecendo todos os dias um pedaço nosso...
Tens razão. Acredito, no entanto, que a consciencialização crescente da Sociedade e a capacidade de regeneração do planeta pelo Sistema de Vida evitarão um Apocalipse mítico.
Acredito nisso, também. Afinal de contas, a esperança é a última a morrer. E se todos nos juntarmos nessa luta por uma boa causa, muita coisa poderá ainda mudar em pouco tempo.
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