sábado, 9 de fevereiro de 2008

(Escre)ver-me

(Escre)ver-me


nunca escrevi

sou
apenas um tradutor de silêncios

a vida tatuou-me nos olhos
janelas
em que me transcrevo e apago

sou
um soldado
que se apaixona
pelo inimigo que vai matar


(poema de Mia Couto)

2 Comments:

Joaquim Alves said...

AS VERDADES DO FUNDO, normalmente
reveladas por meios poéticos,
também matam.
Parabéns a Mia Couto e à Liliana
que O revela!

Liliana Jasmim said...

Gosto de partilhar poesia de autores que gosto.

Há sempre algo para conhecer, versos por descobrir.

Obrigado pela leitura e pelo comentário.

Mia Couto ficaria também muito agradecido:)